Levantamento
Tracker/FECAP aponta 18.988 ocorrências. Honda
é a marca com modelos mais visados pelos criminosos
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Foram registradas 18.988 ocorrências de furtos e roubos de motocicletas e
motonetas, no estado de São Paulo no primeiro semestre de 2024. Os dados são do
Boletim Tracker/FECAP, realizado pelo Centro de Estudos em Economia do Crime da
Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP).
O número total de ocorrências
(furtos e roubos) aumentou levemente, 0,56%, passando de 18.882, em 2023, para
18.988, em 2024. Na categoria de Motociclos, houve um aumento de 4,64% nos
furtos, subindo de 11.777 ocorrências em 2023 para 12.323 em 2024. Os roubos de
motociclos diminuíram 5,87%, caindo de 6.286 ocorrências em 2023 para 5.917 em
2024. Na categoria de Motonetas, os furtos aumentaram 1,34%, subindo de 517
ocorrências em 2023 para 484 em 2024. Por outro lado, os roubos de motonetas
diminuíram 12,58%, caindo de 302 ocorrências em 2023 para 264 em 2024.
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Para o coordenador do
Comando de Operações do Grupo Tracker, Vitor Corrêa, “as tecnologias de
rastreamento têm uma participação significativa na redução da frequência de
roubos e furtos. Além dos proprietários estarem contratando mais esse tipo de
serviço, nos últimos meses, montadoras têm se preocupado com o tema e algumas
já instalam o equipamento de segurança de fábrica, em parcerias com o Grupo
Tracker”.
CIDADES COM MAIS OCORRÊNCIAS
São Paulo,
município mais populoso do Brasil, lidera a lista de cidades com mais
ocorrências no estado. Com densidade populacional elevada e maior número de
veículos em circulação, foram registradas 7.743 ocorrências ao todo, o que
representa cerca de 63% do total dos roubos e furtos listados nas dez cidades
(abaixo).
Depois da capital paulista, as
cidades de Campinas,
Osasco e Guarulhos - com 647, 608
e 586 ocorrências, respectivamente - mostram números significativos de
ocorrências, que refletem sua extensão urbana e o volume de veículos. Cidades
como São Bernardo do Campo,
Sorocaba, Santo André, Santos, Carapicuíba e Diadema completam o Top
10, com números menores em comparação com São Paulo, mas ainda consideráveis,
destacando a presença de atividades criminais relacionadas a veículos em
importantes centros urbanos.
Segundo o professor da FECAP e
coordenador do estudo, Erivaldo Vieira, há uma clara correlação entre o tamanho
da população e o número de ocorrências. “Cidades maiores oferecem mais
oportunidades tanto para a ocorrência de crimes quanto para o mercado subsequente
de veículos e peças roubadas”, explica o docente.
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MARCAS E MODELOS MAIS VISADOS PELOS
CRIMINOSOS
Os modelos da Honda, especialmente a
série CG 160 (FAN, TITAN e START), dominam a lista dos mais visados. Modelos
como a Yamaha
FZ25 FAZER e XTZ250 LANDER também figuram entre os mais afetados, indicando uma
tendência de vulnerabilidade que acompanha sua popularidade e presença no
mercado.
Isso reflete não apenas a
popularidade desses modelos, mas também o tamanho de suas frotas no estado de
São Paulo. Uma maior frota circulante tende a aumentar a probabilidade de
furtos e roubos desses veículos, uma vez que são mais acessíveis e numerosos.
Na avaliação de Vieira, muitas
das motocicletas roubadas acabam sendo desmontadas para a venda de peças no
mercado paralelo. A alta demanda por peças de reposição, especialmente para
modelos com grandes frotas, estimula esse tipo de crime. “Em grandes cidades
onde o trânsito é intenso, as motos se consolidaram como meio ágil de
transporte atendendo diversos mercados, como o delivery, além do uso próprio
para locomoção. Isso impacta diretamente no aumento da demanda por motocicletas
e peças de manutenção que, infelizmente, muitas vezes são supridas pelo mercado
paralelo”, completa Vieira.
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Modelos de Motocicletas e
Motonetas Mais Visados em 2024/1
Devido a erros de
classificação no momento do registro do boletim de ocorrência, alguns modelos
foram erroneamente categorizados. Optamos por manter a classificação original
para que as informações estejam alinhadas com as fornecidas pela Secretaria de
Segurança Pública (SSP), mas é importante destacar que a HONDA/CG Fan é
classificada como motociclo, enquanto a HONDA/PCX e a HONDA/Elite 125 são
classificadas como motonetas, especificamente na categoria Scooter.
MOTOCICLETAS COM 500
CILINDRADAS+, COM MAIS DE 10 OCORRÊNCIAS NO 1º SEMESTRE
Quando se trata de
motocicletas com 500 cilindradas ou mais e com mais de 10 ocorrências no
primeiro semestre, foram registrados 578 eventos para os 16 modelos listados,
em 2024. Já em 2023, houve um total de 655 ocorrências envolvendo os mesmos
modelos até a décima sexta posição, evidenciando uma redução de 11,8% no total
de ocorrências ano a ano. O número total de modelos com mais de 10 ocorrências
no primeiro semestre de 2024 foi significativamente menor. Em 2023, havia 33
modelos afetados, enquanto, em 2024, esse número caiu para 16, indicando uma
redução de 51,5% no número de modelos frequentemente visados.
Os modelos HONDA/CB 500X e
HONDA/CB 500F continuam sendo altamente visados em ambos os anos, com uma leve
variação nos números de ocorrências. O modelo HONDA/CB600F HORNET apresentou
uma redução considerável, de 78 ocorrências em 2023 para 53 em 2024, refletindo
uma diminuição de 32,1%. Os modelos BMW/G650 GS e YAMAHA/XT 660R também
mostraram variações, com o BMW/G650 GS mantendo-se estável e o YAMAHA/XT 660R
experimentando uma redução nas ocorrências.
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ROUBOS E FURTOS NA CAPITAL
Houve aumento de 0,55% no
total geral de ocorrências de roubos e furtos na capital paulista, subindo de
7.700, em 2023, para 7.742, em 2024. Na categoria Motociclos, os furtos
tiveram um aumento de 2,00%, subindo de 5.043 ocorrências, em 2023, para 5.144,
em 2024. Quanto aos roubos, observou-se uma diminuição de 3,02%, de 2.350, em
2023, para 2.279, em 2024. Na categoria Motonetas,
os eventos de furtos de motonetas mantiveram-se estáveis com uma variação
positiva de 0,41%, de 7.393, em 2023, para 7.423, em 2024. Os roubos de
motonetas tiveram um aumento de 11,54%, subindo de 307, em 2023, para 319, em
2024.
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BAIRROS DA CAPITAL COM
MAIS OCORRÊNCIAS
As ocorrências na capital
paulista no primeiro semestre de 2024 revelam padrões que podem estar
correlacionados com a densidade populacional e características socioeconômicas
dos bairros onde ocorrem os crimes.
Santana, que
lidera o ranking com 242 ocorrências, é um exemplo de área com alta densidade
populacional e uma significativa população flutuante, devido à presença de
numerosos comércios, bares e instituições de ensino. Isso pode aumentar as
oportunidades para crimes de oportunidade, especialmente furtos.
Bairros populosos como o Grajaú, Ipiranga, e Capão Redondo,
também figuram na lista de maior número de ocorrências. Já a Bela Vista e Vila Mariana, conhecidos
por suas áreas comerciais e vida noturna ativa, além de instituições
educacionais, também mostram altas taxas de ocorrência. A elevada população
flutuante nesses bairros, que cresce durante determinados períodos do dia ou da
semana, pode contribuir para o aumento das estatísticas de crimes.
Bairros com boa infraestrutura
de transporte, como o Tatuapé,
facilitam o acesso de uma população maior, incluindo não-residentes, o que pode
elevar o número de incidentes registrados. Já locais conhecidos por áreas
comerciais e de lazer, como a Lapa
e Mooca, tendem a atrair grandes números de pessoas, não apenas
residentes, o que aumenta o risco de furtos e roubos.
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Vitor Corrêa dá algumas dicas importantes para minimizar o risco de roubo e furto de motocicletas: ”colocar uma trava de segurança; evitar estacionar na rua; evitar transitar em ruas desertas ou desconhecidas, principalmente durante o período da noite; evitar parar a motocicleta para mexer no telefone ou GPS; evitar rotinas - busque sempre variar os horários e caminhos para que sua motocicleta não fique marcada; estar sempre alerta a tudo o que acontece ao redor, se perceber uma situação de risco, mude o seu trajeto e procure ajuda das autoridades; quando sair para passear, dar preferência para andar em grupos de motociclistas; sempre exigir a nota fiscal na compra de uma peça usada; se possível, contratar um seguro para proteger o bem; e contratar um rastreador para proteger o veículo”.
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